A FÁBULA DA LEBRE E DA TARTARUGA
Nas fábulas de Esopo podemos encontrar muita sabedoria e, até extrair ensinamento espiritual, como no exemplo da história que dá título a esta reflexão. Todos sabemos que a lebre é muito ligeira e rápida a percorrer distâncias e a pobre da tartaruga é bem lenta no seu caminho…, mas é constante, aplicada. Então, por que razão selecionamos esta fábula para esta reflexão?
Todos sabemos que a lebre poderia facilmente ter vencido a corrida se fosse constante no seu caminho. Porém, sentindo-se segura da sua velocidade e condição física parou durante o percurso para dormir uma sesta, pois considerou que teria tempo suficiente para depois retomar a corrida e sair vencedora. Tramou-se, pois a tartaruga no seu passo lento, mas constante, cortou a meta em primeiro lugar.
E a comparação é esta: há por aí muitos que se dizem “cristãos” e que, nalgum momento das suas vidas aceitaram o desafio da fé mas pararam no caminho e adormeceram, enquanto outros, mais humildes, mas no seu percurso constante foram vencendo o percurso, não parando para dormir uma sesta; antes se aplicam cada dia em adquirir a sabedoria que do Alto é derramada, e assim se fortalecem e preparam para serem vencedores na corrida que é a sua vida.
Sim, a vida e o tempo de vida que é dado a cada ser humano é um tempo de preparação para possam ser vencedores nesta corrida. Porém, a larga maioria adormece e não se aplica na corrida. Comparativamente, é como a parábola das dez virgens em que todas elas tosquenejaram com sono, mas cinco delas não tinham óleo suficiente nas suas candeias.
Assim, cinco delas estavam preparadas e tinham as suas candeias com óleo suficiente para alumiarem o seu caminho no tempo de espera do Esposo, enquanto outras foram negligentes e quando deram conta do seu erro, viram que lhes faltava o óleo nas suas candeias, pelo que ficaram fora da corrida. Estas, foram então, apressadamente, procurar encher as suas candeias. Mas, entretanto, já O Esposo havia entrado nos aposentos nupciais com as cinco virgens que estavam preparadas para O receber, cerrando a porta.
As imprudentes bem bateram na porta, mas ela não lhes foi aberta. Antes ouviram o que não desejariam ter ouvido:
Lucas 13:25-29 – “Quando o pai de família [O Esposo] se levantar e cerrar a porta, e começardes a estar de fora e a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois, então, começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E ele vos responderá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniquidade [transgredis a Lei/Torá]. Ali, haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no Reino de Deus e vós, lançados fora. E virão do Oriente, e do Ocidente, e do Norte, e do Sul e assentar-se-ão à mesa no Reino de Deus”.
No mundo, há por aí muitas “lebres” que não são diligentes em suas vidas nos caminhos do Altíssimo, e que, por isso mesmo, irão ficar fora das bodas do Cordeiro. Enquanto outros mais humildes (as tartarugas) no seu percurso lento, mas constante, se dedicaram à obra de YHWH. Estes terão direito a sentar-se à mesa do Senhor na celebração das Suas bodas, enquanto as “lebres” ficarão de fora.
A tartaruga é assim a imagem do crente que aplica a sua vida a percorrer o caminho da fé e da salvação por Yeshua HaMashiach, para que, no final da sua carreira, possa alcançar o prémio da vida eterna pelo mérito do Cordeiro. Sejamos então “tartarugas” com o nosso passo lento, mas seguro, debaixo da orientação do Espírito Santo, para virmos a ser dignos de ser chamados às Bodas do Cordeiro.
E estejamos atentos aos sinais do tempo presente. Olhemos para cima porque O Todo-Poderoso está a chegar. Ele virá com juízo terrível sobre os ímpios, mas com o prémio da vida eterna para os justos.
AlleluYAH