FESTAS DAS LUZES

Chanuká (celebrada este ano entre 25/12/24 a 02/01/25), a Festa da Dedicação ou Festa das Luzes, não é apenas uma celebração de milagres, mas um chamado para refletirmos sobre nossa identidade e missão como povo do Eterno. Esta festa nos ensina a resistir à assimilação, a permanecer fiéis ao Criador e a brilhar Sua luz em um mundo mergulhado em trevas.

O Contexto de Chanuká: Resistência e Fé

Há mais de dois mil anos, o império selêucida tentou apagar a fé do povo judeu. Os gregos buscavam substituir os valores da Torá pela filosofia helenista, que negava a existência de um Criador ao qual se presta contas. Mas os Macabeus, liderados por Matitiahu e seus filhos, compreenderam que a essência do povo de Deus não poderia ser apagada. OTalmud registra um pouco desta história:

“Quando os gregos entraram no Santuário, profanaram todos os óleos do Templo; e quando os Hasmoneus prevaleceram e os derrotaram, procuraram e encontraram um único frasco de óleo com o selo do sumo sacerdote, e havia nele óleo suficiente para acender por apenas um dia. Um milagre aconteceu, e o óleo durou oito dias” (Shabat 21b). Este relato destaca o milagre físico e espiritual de Chanuká. O pequeno frasco de óleo simboliza a fé inabalável do povo judeu, que, mesmo diante da opressão, permaneceu fiel ao Eterno.

A Luz Contra as Trevas

Os sábios rabínicos descrevem Chanuká como a vitória da espiritualidade sobre o materialismo, da luz sobre a escuridão. Esse chamado para brilhar como luz é reforçado no Novo Testamento. Yeshua, o Messias, também celebrou Chanuká. Em João 10, Ele se apresenta como o Bom Pastor durante a Festa da Dedicação e declara:

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).

O rabino Shaul (Paulo) reafirma essa missão ao escrever:

“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Efésios 5:8). Nosso chamado é claro: viver como filhos da luz, resplandecendo a santidade de Deus em nossas vidas.

O Chamado para Resistir à Assimilação

Chanuká é a celebração da resistência, a demonstração da resiliência e da esperança! Os gregos não se incomodavam com a existência dos judeus como um povo, mas sim com suas crenças. Eles proibiram o Shabat, a circuncisão e a leitura da Torá porque essas práticas testificam que há um Criador com padrões morais para o homem. Como afirmou o Rabino Samson Raphael Hirsch:

“O Shabat é o elo entre o homem e Deus. Negá-lo é negar a presença divina no mundo.”

Os Macabeus lutaram para restaurar essa conexão e para que o povo voltasse ao propósito original de ser “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êxodo 19:6). No Novo Testamento, essa luta é traduzida em um apelo por santidade e separação do mundo, tanto para Judeus como para gentios. Paulo escreve:

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

Shimon Kefa (Pedro), nos lembra:

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).

O Poder da Luz

O simbolismo das velas de Chanuká é profundo. O Talmud explica que acendemos as luzes não apenas para recordar os milagres, mas para proclamá-los ao mundo:

“Estas luzes são sagradas e não temos permissão para usá-las; apenas para olhar para elas e louvar a Deus por Seus milagres” (Shabat 21b).

Yeshua nos ensina que nossa luz deve brilhar diante dos homens. Essa luz é representada por nossas boas obras, fruto de nosso serviço ao Eterno:

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16).

Shaul nos exorta:

“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Filipenses 2:14-15).

Assim como as luzes de Chanuká proclamam o milagre, nossas vidas devem ser um testemunho vivo do amor e da justiça do Criador.

Conclusão: Vivendo a Luz de Chanuká

Chanuká é um chamado para reacender a luz do Messias em nossas vidas. Assim como os Macabeus, somos desafiados a resistir às pressões do mundo e a nos mantermos fiéis ao Deus de Israel. A luz de Chanuká nos lembra que, mesmo em tempos de escuridão, a fidelidade ao Eterno traz transformação e vitória.

Que cada vela acesa nos inspire a brilhar a luz de Yeshua, vivendo segundo a Torá e proclamando as boas novas do Reino de Deus. Como diz o salmista:

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho” (Salmos 119:105).

Que sejamos as luzes do candeeiro do nosso Messias, refletindo a glória do Pai e conduzindo outros a Ele.

Chag Há Urim Sameach! (Feliz Festa das Luzes)

 

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