Shalom queridos amigos,
Pessach Sameach! A Páscoa é um dos feriados bíblicos mais importantes e centrais. Os eventos do Êxodo do Egito moldaram a consciência do povo de Israel mais do que qualquer outro evento mencionado na Torá, nos Profetas, nos Escritos e no Novo Testamento.
Como crente, entendo o porquê. O Êxodo – ou, mais precisamente, a Redenção do Egito – é o protótipo da redenção do mundo, que ocorreria cerca de 1.300 anos depois por meio de Yeshua, o Messias.
Duas Redenções
Tanto a redenção de Israel do Egito quanto a redenção do mundo (por meio de Yeshua) compartilham elementos semelhantes: – o ‘cordeiro pascal’ e o ‘cordeiro de Deus’;- o sangue que separa entre nós e os outros, e o Anjo da Morte que passa sobre as casas dos salvos; – e, claro, nossa libertação da escravidão ou do pecado.
Além disso, o fato de Yeshua, o Messias, ter sido crucificado na véspera da Páscoa, assim como o sacrifício da Páscoa, conecta o evento da crucificação ao Êxodo: “Pois o Messias, nosso cordeiro pascal, foi sacrificado”. (1 Coríntios 5:7)
A Memória da Páscoa –Deus estabeleceu a memória da Páscoa: “Este dia será para vós um dia memorial, e celebrá-lo-eis como festa ao Senhor; pelas vossas gerações, como estatuto para sempre, o guardareis como festa”. (Êxodo 12:14) E este é apenas um dos muitos exemplos que mostram a necessidade eterna de lembrar.
Da mesma forma, Deus também estabeleceu o impacto dessa memória ao longo de nossa história e até hoje. Na verdade, continuaremos a nos lembrar do Êxodo do Egito e da Páscoa, e também do sacrifício do Messias por meio da Ceia do Senhor, até Sua segunda vinda e a vitória completa de Yeshua.
De quem nos lembramos? O Êxodo aconteceu há 3.300 anos. Como preservamos essa memória por tanto tempo e para quem? A resposta é que, na época do Êxodo, Deus encenou uma produção teatral completa cheia de dez pragas, sangue e sacrifícios, a fuga do povo e a perseguição do exército egípcio, milagres e maravilhas (incluindo a divisão do Mar Vermelho), o maná, as colunas de nuvem e fogo. Ele fez isso pelo bem das gerações futuras:“para que conte aos ouvidos de seu filho e de seu neto como tenho tratado duramente com os egípcios e que sinais tenho feito entre eles, para que saibas que eu sou o Senhor.” (Êxodo 10:2)
O que dizemos à próxima geração: Em poucas palavras, ao longo das gerações, dizemos: “Crianças, hoje estamos aqui por um milagre. Há um Deus no céu! Ele é fiel e cumpre Suas promessas. Ele nos redimiu do Egito com mão poderosa e braço estendido. E, com a mesma mão e braço, Ele nos reuniu dos quatro cantos da terra e nos trouxe de volta à Terra de Israel, contra todas as probabilidades! Ele também é Aquele que nos sustenta até hoje. E esse mesmo Deus enviou Seu Filho – Seu único chamado Yeshua – para nos salvar e redimir, e para nos levar à Terra Prometida. E assim como os filhos de Israel alcançaram sua herança prometida, estamos confiantes de que Yeshua nos leva em segurança ao Reino dos Céus e à plenitude da promessa de Deus.”
A Ceia do Senhor É por isso que a Ceia do Senhor é tão importante e central em nossas vidas. De certa forma, também é uma espécie de encenação, que usa nossos sentidos (incluindo o paladar) para nos ajudar a lembrar e internalizar o sacrifício de Yeshua.
O Terceiro Cálice Acreditamos que Yeshua pegou o terceiro cálice e o abençoou. E o que é essa terceira xícara?
Durante o Seder da Páscoa, é costume beber o terceiro copo após a refeição. Yeshua pegou este terceiro cálice que representa a redenção, olhou para Seus discípulos e disse: “Este cálice é a nova aliança em Meu sangue, que é derramado por vocês”. (Lucas 22:20). Yeshua é a redenção prometida ao mundo.
Contanto que nos lembremos- a Ceia do Senhor é construída sobre a redenção de Yeshua, o Messias, que nos tira da escravidão do pecado e nos concede liberdade e redenção. Enquanto continuarmos a participar da Ceia do Senhor e ensinar a próxima geração sobre sua importância, a memória de Yeshua, o Messias, nos acompanhará para sempre.
Paulo- Advertência – Em relação à Ceia do Senhor, Paulo nos adverte que “todo aquele que comer este pão ou beber este cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor”. (1 Coríntios 11:27) Mas, o que significa comer a Ceia do Senhor “de maneira indigna”? Talvez possamos evitá-lo permitindo que apenas os crentes que foram batizados participem? Talvez. Ou, certificando-se de que não há pecados com os quais não lidamos antes de participar da Ceia do Senhor? Talvez.
Li esta passagem como um aviso para evitar transformar esta importante cerimônia em algo automático e sem sentido. Paulo realmente diz: “Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha.” (versículo 26) Ou seja, tomar a Ceia do Senhor nos lembra do grande sacrifício que Yeshua, o Messias, fez por nós e da atmosfera sagrada de que é digno, semelhante à oferta dos sacrifícios no Tabernáculo ou no Templo.
A instrução de Paulo pode ser vista como uma exigência para internalizar todo o significado da Ceia do Senhor em nossos corações; ao mesmo tempo em que nos chama a sermos cheios de uma atitude que honre e reverencie o fato de que participamos do sacrifício do Messias que nos redime totalmente e nos une ao Corpo do Messias!