A Beleza de Pêssach: Libertos para Servir
Na Festa de Pêssach (Páscoa) nossos corações se voltam mais uma vez para a história viva que pulsa nas veias do povo de Deus, uma história de libertação, identidade e propósito. Pêssach não é apenas uma celebração antiga. É uma convocação eterna. É um grito do Eterno ecoando por gerações: “Lembrem-se! Eu os tirei do Egito com mão forte e braço estendido para que sejam arautos da liberdade para as nações!”
Essa é a beleza de Pêssach. Ela nos conecta ao passado, ilumina o presente e aponta profeticamente para o futuro. Não é à toa que essa festa marca o início do calendário bíblico de Israel. Ela não apenas inaugura os tempos determinados por Deus, mas inaugura em nós um renovo de liberdade, identidade restaurada e missão revigorada!
Uma Festa de Memória e Identidade
Pêssach, que literalmente significa “passagem”, é a celebração do livramento do Egito. O sangue do cordeiro nos umbrais das portas separou os filhos de Israel da condenação, sinalizando que ali viviam os que criam na promessa. Foi ali, no meio da noite, que o Eterno passou por sobre as casas dos Seus filhos e os chamou para a liberdade. Mas a libertação não foi o fim, foi o começo. Israel foi liberto para servir. Liberto para ser povo. Liberto para ser luz. É por isso que, até hoje, celebramos Pêssach com reverência e alegria, pois é o memorial perpétuo do povo do Eterno: redimidos para refletir a Sua Glória (sejam judeus ou não-judeus)!
Yeshua: O Cordeiro que Tira o Pecado do Mundo
Na plenitude dos tempos, o próprio Mashiach celebrou Pêssach com Seus discípulos. Yeshua, o Cordeiro sem defeito, entregou-se por nós justamente durante essa festa. Ele não apenas participou do jantar pascal, mas se tornou o centro dele. Seu sangue nos resgatou da escravidão do pecado e nos selou como filhos do Altíssimo. Como diz o apóstolo Shaul: “Pois Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso, celebremos a festa” (1 Co 5:7-8). Pêssach é, para nós, discípulos de Yeshua — judeus e não-judeus — um tempo de profunda gratidão, consagração e esperança. Não há como compreender a obra da cruz sem entender a profundidade simbólica e espiritual dessa festa.
Todos Juntos à Mesa
Durante séculos, os primeiros discípulos não-judeus celebravam Pêssach como uma festa do Senhor — com pães asmos, ervas amargas e o cordeiro. Foi apenas a partir do século IV d.C. que práticas pagãs substituíram a celebração bíblica. Mas agora, em nossos dias, o Eterno está restaurando todas as coisas. Ele está chamando filhos e filhas das nações para se achegarem à Casa de Jacó, exatamente como disseram os profetas (Isaías 14:1; 56:6-8). É como Paulo escreveu aos efésios: “Agora, em Yeshua, vocês que antes estavam longe foram aproximados… Já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2:13,19).
Celebrar Pêssach, portanto, é uma resposta de fé. É aceitar a aliança, é entrar na herança, é reconhecer o Cordeiro. Não é um retorno à Lei, mas sim um avanço no entendimento do Reino. É um reencontro com as raízes da fé bíblica.
Pêssach Hoje: Um Jantar que Ensina e Transforma
Nos lares de Israel — e também entre os discípulos de Yeshua espalhados pelas nações — Pêssach é celebrado com um jantar especial, o Sêder. Cada elemento na mesa tem um propósito didático e profético: o osso do cordeiro, o ovo cozido, as ervas amargas, o charôsset (pasta doce que lembra o barro dos tijolos), os três pães asmos e os quatro cálices de vinho. Tudo conta uma história. Tudo aponta para Yeshua. É uma noite em que ensinamos aos nossos filhos quem é o nosso Deus e o que Ele fez por nós. É um jantar de redenção e instrução. É um altar familiar. É um momento de comunhão que une passado, presente e futuro.
Em meio às trevas brilha a LUZ!
Vivemos dias em que o antissemitismo e a oposição aos princípios divinos tem aumentado. Mas a luz de Yeshua continua brilhando com poder. A mesma luz que brilhou no Egito e no madeiro brilha hoje em nossas casas. Por isso, convidamos você, sua família e sua congregação a celebrarem conosco essa festa santa. Sejam judeus ou gentios, todos que estão em Yeshua são convidados à mesa do Cordeiro. Não como estrangeiros, mas como filhos! Não como observadores, mas como participantes do plano eterno de redenção!
Que sua casa se encha da presença do Eterno. Que o sangue do Cordeiro esteja sobre sua vida. Que a esperança da ressurreição brilhe sobre todos nós. E que, juntos, continuemos a proclamar a libertação — física e espiritual — que só é possível através de Yeshua HaMashiach! (Feliz Festa de Pêssach)!Rab. Mess. Matheus Zandona