Daniel 8: Uma Visão de Encorajamento

Daniel 8 é um encorajamento, pois a profecia ali contida ensina a confiar em Deus quando a vida se torna difícil, pelo simples motivo de que ele é soberano sobre todas as coisas.

Todo mundo já experimentou um dia terrível. Em vez de uma crise ou tragédia resultar em perda de fé, a vontade de Deus é usar cada momento para o bem daqueles que o amam, “daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).

Daniel 8 é um encorajamento, pois a profecia ali contida ensina a confiar em Deus quando a vida se torna difícil, pelo simples motivo de que ele é soberano sobre todas as coisas. Não importa a quão desafiadora a vida se torne, e independentemente de por quanto tempo é necessário perseverar, o Senhor Deus é soberano e trará livramento em seu tempo perfeito. Ele pode transformar dificuldades em bênçãos (cf. Gênesis 50.20). Podemos confiar totalmente em Deus!

Daniel aprendeu em grande escala o que significa confiar em Deus, como resultado de uma visão recebida “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Daniel 8.1-2). O capítulo é facilmente dividido em duas seções principais: o recebimento da visão (v. 1-14) e a interpretação (v. 15-27). A visão em si pode ser dividida em três partes: o carneiro, o bode e o pequeno chifre (com a interpretação tendo as mesmas seções correspondentes). A visão e a interpretação podem ser um encorajamento maravilhoso quando se está passando por um dia ruim.

O recebimento da visão (Daniel 8.1-14)

A visão registrada em Daniel 8 foi uma revelação que ocorreu dois anos depois da visão do capítulo 7, e o livro de Daniel agora muda do aramaico para o hebraico. Historicamente, a visão de Daniel 8 foi recebida antes dos eventos registrados no capítulo 5. Ao relatar a visão, Daniel disse ter visto um carneiro de pé diante do canal de Ulai (8.1-4), um rio que ficava perto da cidade de Susã (conhecida como Eulaeus em escritos clássicos posteriores).

De repente, um bode apareceu do oeste, e estava se movendo tão rapidamente que parecia não encostar no chão; “esse bode tinha um chifre bem visível entre os olhos” (v. 5). O bode estava “enfurecido” com o carneiro, golpeou-o e “lhe quebrou os dois chifres” (v. 6-7). O carneiro não tinha força para “resistir ao bode” e foi destruído, pois não havia ninguém para socorrê-lo (v. 7).

“O bode se engrandeceu cada vez mais”, mas quando estava no “auge do seu poder”, o chifre notável “foi quebrado”. Em lugar desse chifre único, surgiram quatro outros, que se moveram “na direção dos quatro ventos do céu” (v. 8). De um dos quatro proeminentes chifres surgiu “um chifre pequeno, que se engrandeceu na direção do sul, do leste e da terra gloriosa” (v. 9). Essa atividade levaria à Síria, geográfica e historicamente. O pequeno chifre continuou a crescer e “lançou por terra alguns desse exército e das estrelas” (v. 10). O chifre se engrandeceu em igualdade com Deus, removendo o sacrifício diário (v. 11-12).

A profecia não está além da compreensão, pois diz respeito a Antíoco IV, chamado Epifânio, o oitavo rei do Império Selêucida, de 175 a 164 a.C. A profecia bíblica não é significativa apenas para aqueles que a veem realizada, mas também para aqueles que antecipam o seu cumprimento. Embora não seja a Palavra inspirada de Deus, os livros apócrifos dos Macabeus registram os detalhes históricos das façanhas de Antíoco contra o povo judeu, quando a verdade foi de fato “lançada] à terra” (1Macabeus 1.56-57). A verdade sempre sofre quando a política é mais importante que a Bíblia.

A verdade sempre sofre quando a política é mais importante que a Bíblia.

Antíoco não somente removeu o sacrifício diário do povo judeu, mas também do próprio Deus (Daniel 8.11). Primeira Macabeus 1.21-22 registra como ele “entrou com arrogância no santuário, tomou o altar de ouro, o candelabro da luz com todos os seus acessórios, a mesa da proposição, os vasos, as alfaias, os turíbulos de ouro, o véu, as coroas, os ornamentos de ouro da fachada e arrancou todo o revestimento”.

“Por intermédio de mensageiros, o rei enviou, a Jerusalém e às cidades de Judá, cartas prescrevendo que aceitassem os costumes dos outros povos da terra. Deviam suprimir holocaustos, sacrifícios e libações no templo; violar os sábados e as festas; profanar o santuário e os santos; erigir altares, templos e ídolos; sacrificar porcos e outros animais impuros. Deviam também deixar seus filhos incircuncidados e macular suas almas com toda sorte de impurezas e abominações, de maneira a obrigarem-nos a esquecer a Lei e a transgredir as prescrições” (v. 44-49).

Deus entregou o seu povo a um indivíduo perverso “por causa das transgressões” (Daniel 8.12). Antíoco era o juízo de Deus sobre o seu povo por sua apostasia. Israel passou por uma experiência semelhante, tendo sido previamente banido para os impérios pagãos da Assíria e da Babilônia. Um dos males aos quais o povo de Deus sucumbiu foi secularizar sua fé ao se alinharem “aos gentios” ao seu redor (1Macabeus 1.11-15). Em geral, as pessoas conseguem suportar circunstâncias difíceis se souberem por quanto tempo precisam fazê-lo. Deus nem sempre diz quando os desafios da vida cessarão, embora o tenha feito com respeito ao mal do império de Antíoco (Daniel 8.13-14). Ainda assim, é possível aprender com Daniel que Deus é soberano, e ele está sempre fazendo tudo para o bem do seu povo. (A Chamada)

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